“Era um documento que fazia falta à cidade”.
Mais do que uma peça para a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027, assumida ontem pela autarquia bracarense, a Estratégia Cultural de Braga 2020-2030, “era um documento norteador que fazia falta à cidade de Braga”. A garantia foi deixada ontem pelo presidente da Câmara, Ricardo Rio, presente na apresentação pública dessa estratégia. “É um desiderato que procuramos intensamente num futuro próximo, mas queremos que seja também uma bússola para muito do trabalho que temos que desenvolver no futuro”. Ricardo Rio deu, assim, o arranque à apresentação de um documento que se encontra num formato ainda em aberto, para que possa ser lido, discutido e completado pelos bracarenses.
O documento estratégico ontem apresentado aponta a cultura como motor de dinâmicas económicas, de valorização do património, mas quer também ter uma dimensão de inclusão, de educação, nomeadamente dando apoio a artistas emergentes e a criadores.
Uma estratégia que quer gerar oportunidades e estimular a internacionalização, mas que tem também uma visão de descentralização e de proximidade. “Temos consciência que a nossa cidade não é só o centro da cidade, é sobretudo uma geografia muito desigual”, disse ontem a vereadora da Cultura, Lídia Dias, a propósito da escolha da Escola Básica de Oliveira São Pedro para a apresentação desta estratégia cultural de Braga. “Queremos uma redefinição dos espaços culturais ao serviço da cultura”, disse ainda a vereadora, numa alusão à criação de uma rede de novos equipamentos culturais fora do centro da cidade.
“A escolha deste local é simbólica de tudo aquilo que temos vindo a desenvolver ao longo deste processo” referiu Joana Fernandes, coordenadora geral da estratégia. Um dos planos de ação deste documento prevê uma estratégia de programação para freguesias, numa tentativa de atrair mais público a zonas menos urbanas, revitalizando espaços já existentes, melhorando as suas infraestruturas. A Escola Básica de Oliveira São Pedro é o primeiro desses exemplos.
Cláudia Leite, coordenadora executiva da estratégia Cultural de Braga 2020-2030, diz que este documento é um “pilar fundamental da preparação da candidatura de Braga a Capital Europeia da Cultura em 2027”, mas garante que a candidatura “não pode ser só um ano de celebração, tem de ser um projeto contínuo e que tenha impacto nos anos subsequentes”.
A Estratégia Cultural de Braga 2020-2030 já se encontra disponível para consulta em www.bragacultura2030.pt/estrategia-cultural.